Por solicitação da professora vou tentar resumir um pouquinho das aprendizagens com a Iterdisciplina da EJA, que cofesso foi bastante esclarecedora e ao mesmo tempo me fez refleti sobre a educação de jovens e adultos em nosso país.
A partir das leituras e atividades realizadas na interdisciplina de EJA, tivemos que optar por uma saída de campo, onde seria coletado material para a elaboração de um pôster. Só o fato de a apresentação ter que ser em forma de pôster provocou um novo desafio, pois até então eu desconhecia mais essa forma de apresentar aprendizagens. Os textos estudados na interdisciplina foram bastantes explorados através de trabalhos de síntese, reflexões e fóruns. Constatei diversos elementos que fazem parte da história da EJA no Brasil. Como nos diz Henry A. Giroux ,o analfabetismo não é meramente a incapacidade de ler e escrever; é também um indicador cultural para nomear formas de diferença dentro da lógica da teoria da privação cultural, assim também constatamos que os alunos da EJA que conhecemos buscavam , além do domínio da linguagem escrita, uma inserção em um mundo culto e que lhes oferecesse melhores condições de vida.
Através de nossa pesquisa percebemos as diferenças, citadas por Marta Kohl de Oliveira, entre os jovens e adultos que buscam as classes da EJA, “Ele é geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles proveniente de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar (muito freqüentemente analfabetos), ele próprio com uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas, após experiência no trabalho rural na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar- se ou cursar algumas séries do ensino supletivo.” .
Foi bastante proveitosa nossas aprendizagens sobre a EJA, onde podemos constatar que apesar de estar regulamentada com garantia de acesso a todos os cidadãos, ainda precisa evoluir muito para oferecer um ensino de qualidade e inclusivo.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
A EJA e a realidade.
Para a atividade do pôster da EJA, em grupo, optamos pela saída de campo 3 que foca a pesquisa em alunos. Após alguns contratempos, pois num primeiro momento direcionamos nossa pesquisa a um município vizinho que simplesmente disse não permitir o acesso de alunas do curso do PEAD às escolas da rede Municipal de Ensino. Segundo a professora da intersdisciplina essa é uma prática comum. Será que eles temem mostrar o que realmente é feito nas práticas de ensino da EJA?
Então redirecionamos nossa pesquisa a uma escola da Rede Municipal de Ensino de Sapiranga, onde fomos as cinco componentes do grupo e tivemos uma boa recepção tanto por parte da equipe diretiva como também pelos alunos e professoras. Eram duas turmas, uma com 4 alunos de segundo e terceiro ano e outra de 12 alunos de quarto e quinto ano. Pelo número de alunos constatamos que houve um grande número de evasão. Durante a entrevista os próprio alunos têm consciência de que muitos deles acabaram desistindo pelos fatores que estudamos na intersisplina, ou seja, precisam fazer horas extra porque os patrões não liberam, exigem e também tem o fator medo de perder o emprego, também alguns não conseguiam acompanhar direito a turma e sentiam vergonha.
A maioria dos entrevistados eram migrantes, oriundos do interior do Estado, mais especificamente da zona rural onde até virem para a cidade atuavam como agricultores. Vieram para a cidade em busca de emprego e de uma vida melhor. O que buscam na escola? Constamos que não gostam de freqüentar a escola para estudar que “ O Ivo viu a uva”, eles estão interessados em aprender coisas significativas para aplicarem no seu cotidiano, como ler jornais, livros e a bíblia. Também gostam de escrever cartas e escrevem seguidamente a seus parentes no interior e têm gosto pela a aprendizagem da matemática que ensina a lidarem com suas necessidades do dia-a-dia.
Foi bastante proveitosa e esclarecedora a pesquisa que realizamos, pois podemos contatar fatos que até então tínhamos estudado somente na teoria.
Então redirecionamos nossa pesquisa a uma escola da Rede Municipal de Ensino de Sapiranga, onde fomos as cinco componentes do grupo e tivemos uma boa recepção tanto por parte da equipe diretiva como também pelos alunos e professoras. Eram duas turmas, uma com 4 alunos de segundo e terceiro ano e outra de 12 alunos de quarto e quinto ano. Pelo número de alunos constatamos que houve um grande número de evasão. Durante a entrevista os próprio alunos têm consciência de que muitos deles acabaram desistindo pelos fatores que estudamos na intersisplina, ou seja, precisam fazer horas extra porque os patrões não liberam, exigem e também tem o fator medo de perder o emprego, também alguns não conseguiam acompanhar direito a turma e sentiam vergonha.
A maioria dos entrevistados eram migrantes, oriundos do interior do Estado, mais especificamente da zona rural onde até virem para a cidade atuavam como agricultores. Vieram para a cidade em busca de emprego e de uma vida melhor. O que buscam na escola? Constamos que não gostam de freqüentar a escola para estudar que “ O Ivo viu a uva”, eles estão interessados em aprender coisas significativas para aplicarem no seu cotidiano, como ler jornais, livros e a bíblia. Também gostam de escrever cartas e escrevem seguidamente a seus parentes no interior e têm gosto pela a aprendizagem da matemática que ensina a lidarem com suas necessidades do dia-a-dia.
Foi bastante proveitosa e esclarecedora a pesquisa que realizamos, pois podemos contatar fatos que até então tínhamos estudado somente na teoria.
sábado, 14 de novembro de 2009
Consciência Fonológica e o filme o LEITOR
“Consciência fonológica é a habilidade de perceber a estrutura sonora de palavras, ou de parte de palavras. Esse tema tem sido muito debatido porque, segundo pesquisadores, existe forte relação entre a consciência fonológica e o aprendizado da leitura e escrita. Segundo Lílian Nascimento, fonoaudióloga e doutoranda em Educação pela Unicamp, há dois níveis nessa habilidade: a consciência de que a língua oral pode se segmentar em unidades, ou seja, a frase se divide em unidades, estas em sílabas e as sílabas em fonemas e a consciência de que essas unidades se repetem em diferentes palavras faladas.”
Me chamou atenção este parágrafo do texto: Consciência Fonológica: o que é, para que serve e qual a relação com a aprendizagem da leitura e da escrita? (Jornal Letra A, jun./jul. 2005), do módulo 6, de Linguagem e Educação, onde aponta que existe uma forte relação entre a consciência fonológica e o aprendizado da leitura e escrita. Por coincidência vi algumas sugestões de filme da página da interdisciplina. Então peguei na locadora o filme o Leitor, que conta a história de uma mulher que adorava leituras e sempre pedia para outras pessoas lerem para ela. Por decorrência do envolvimento da mulher no holocausto da segunda guerra mundial, esta foi condenada à prisão perpétua. Na prisão ela passa a receber fitas cassetes de narrações de histórias livros, como a Odiséia e A Dama e o Cachorrinho.Certo dia ela vai até a biblioteca retira um livro da qual tem a história em áudio e começa decifrar o código da leitura e escrita associando os sons as sílabas e as sílabas as palavras, as palavras as frases e assim por diante. Dessa forma a mulher se alfabetiza e quando se encontra com quem lhe mandava as histórias gravadas diz a este: “Desta vida só tenho uma certeza, que é a certeza de ter aprendido a ler”.
Achei isso impressionante, pois ela sintetizou em uma frase a importância da alfabetização como sendo um “divisor de águas”.
Acredito que para todas as pessoas não escolarizadas o fato de aprender o domínio da leitura e escrita faz a diferença em todos os sentidos. Por isso é tão importante o acesso a escolarização a todas as pessoas como sendo um direito de cidadão.
Me chamou atenção este parágrafo do texto: Consciência Fonológica: o que é, para que serve e qual a relação com a aprendizagem da leitura e da escrita? (Jornal Letra A, jun./jul. 2005), do módulo 6, de Linguagem e Educação, onde aponta que existe uma forte relação entre a consciência fonológica e o aprendizado da leitura e escrita. Por coincidência vi algumas sugestões de filme da página da interdisciplina. Então peguei na locadora o filme o Leitor, que conta a história de uma mulher que adorava leituras e sempre pedia para outras pessoas lerem para ela. Por decorrência do envolvimento da mulher no holocausto da segunda guerra mundial, esta foi condenada à prisão perpétua. Na prisão ela passa a receber fitas cassetes de narrações de histórias livros, como a Odiséia e A Dama e o Cachorrinho.Certo dia ela vai até a biblioteca retira um livro da qual tem a história em áudio e começa decifrar o código da leitura e escrita associando os sons as sílabas e as sílabas as palavras, as palavras as frases e assim por diante. Dessa forma a mulher se alfabetiza e quando se encontra com quem lhe mandava as histórias gravadas diz a este: “Desta vida só tenho uma certeza, que é a certeza de ter aprendido a ler”.
Achei isso impressionante, pois ela sintetizou em uma frase a importância da alfabetização como sendo um “divisor de águas”.
Acredito que para todas as pessoas não escolarizadas o fato de aprender o domínio da leitura e escrita faz a diferença em todos os sentidos. Por isso é tão importante o acesso a escolarização a todas as pessoas como sendo um direito de cidadão.
domingo, 1 de novembro de 2009
Arquitetura Pedagógica
Após tantas leituras, atividades e debates sobre PA, estamos diante de um grande desafio, ou seja, teremos que criar uma arquitetura pedagógica para aplicação no nosso estágio em 2010-1.
Acredito que num primeiro momento não temos muito claro como vai ser, mas algumas coisas devem ficar delimitadas para que tenhamos algum embasamento para seguirmos. Ficou claro que PA faz parte de uma modalidade de arquitetura pedagógica. Por outro lado Arquitetura Pedagógicas podem ser diversas como tema geradores, PÁS, Centro de Interesses...
Conseguimos nos organizar, na escola em que atuo, com outras duas colegas para atuarmos com terceira série-quarto ano, no estágio do PEAD. A principio escolhemos o tema “Qualidade de vida na comunidade da Vila São Paulo”, levando em consideração o fato de os alunos pertencerem a uma comunidade carente e com um grande índice de famílias com baixa escolaridade, percebemos que isso é um fator que interfere diretamente na aprendizagem e, consequentemente, na qualidade de vida da comunidade.
Acredito que isso seja apenas o princípio de um grande projeto que possa desencadear uma nova forma de alunos e professores juntos aprenderem. Tenho consciência que teremos grandes desafios pela frente, mas é uma forma de colocarmos em prática parte daquilo que estamos aprendendo desde da entrada na UFRGS, no PEAD, que é sistema de ensino a distância totalmente inovador.
"O que eu quero, na minha experiência é que o estudante que trabalhe comigo assuma também o papel de meu professor. O estudante com quem trabalho é estudante num momento e professor no outro. Eu sou o seu professor e o seu estudante e nisso não existe nenhuma contradição inconcebível. Quero dizer: é uma ruptura com o autoritarismo, o que eu aconselho e vivo e que não aconselho unicamente…”[Paulo Freire]
A psicogênese da linguagem oral e escrita
No encontro presencial de Didática e Eja, constatamos diversos elementos necessários para a aprendizagem tanto de adultos como de jovens e crianças. Segundo Paulo Freire o primeiro passo é partir da leitura de mundo que o aluno possui, ou seja, antes de qualquer coisa devemos conhecer a realidade do educando. Quem são? Onde vivem? Como Vivem? O que sabem? E principalmente: Quais são os seus sonhos?
A partir desse levantamento o professor pode planejar através projetos, temas geradores ou centro de interesse o que trabalhar com esses alunos. A partir da leitura de mundo, da vivência do aluno, se dispõem de palavras chaves para buscar aprendizagens. Nesse contexto é muito importante o papel da professora que serve como mediadora e precisa ter um perfil de acolhedora, que pergunta ouve e procura incentivar a todos.
Dessa forma a escola pode oferecer uma educação transformadora que possibilita a reconstrução do saber através do desiquilibrio, isto é, partindo do saber cotidiano e redescobrindo novas formas de aprender. Proporcionando o aluno como protagonista sujeito de interação, convivendo com seus conflitos, mas capaz de agir com autonomia.
Relacionando com o sistema de ensino de nossa realidade percebo que estamos longe da escola transformadora que Freire tanto almejou. A escola em que atuo e pelo que eu saiba a maioria das escolas da região não são diferentes, é bastante conteúdista visando trabalhar para obter índices de aprendizagens na avaliação do governo. Os profissionais deveriam conhecer as verdadeiras necessidades de seus alunos, digo isso em relação a comunidade escolar e não somente nos espaços de sala de aula.
Acredito que com tantos investimentos na área de formação continuada, capacitação de professores, terá num futuro uma escola transformadora e capaz de libertar do analfabetismo, da miséria e da pobreza das quais estão inseridas grande parte de nossa população
A partir desse levantamento o professor pode planejar através projetos, temas geradores ou centro de interesse o que trabalhar com esses alunos. A partir da leitura de mundo, da vivência do aluno, se dispõem de palavras chaves para buscar aprendizagens. Nesse contexto é muito importante o papel da professora que serve como mediadora e precisa ter um perfil de acolhedora, que pergunta ouve e procura incentivar a todos.
Dessa forma a escola pode oferecer uma educação transformadora que possibilita a reconstrução do saber através do desiquilibrio, isto é, partindo do saber cotidiano e redescobrindo novas formas de aprender. Proporcionando o aluno como protagonista sujeito de interação, convivendo com seus conflitos, mas capaz de agir com autonomia.
Relacionando com o sistema de ensino de nossa realidade percebo que estamos longe da escola transformadora que Freire tanto almejou. A escola em que atuo e pelo que eu saiba a maioria das escolas da região não são diferentes, é bastante conteúdista visando trabalhar para obter índices de aprendizagens na avaliação do governo. Os profissionais deveriam conhecer as verdadeiras necessidades de seus alunos, digo isso em relação a comunidade escolar e não somente nos espaços de sala de aula.
Acredito que com tantos investimentos na área de formação continuada, capacitação de professores, terá num futuro uma escola transformadora e capaz de libertar do analfabetismo, da miséria e da pobreza das quais estão inseridas grande parte de nossa população
Assinar:
Postagens (Atom)