terça-feira, 17 de junho de 2008

Espaço e Forma

As noções de espaço e forma que eu tinha eram um tanto tanto restritas. Com as atividades relacionadas a espaço e forma pude compreender melhor algumas concepções que tinha muito supergficial, como por exemplo: explorar os espaços que nos cercam e que usamos no cotidiano, para reconhecer nele elementos que fazem parte do universo espacial da criança.
Estudos piagetianos apontam também que a criança considera primeiro, as relações topológicas de uma figura e, somente depois, as projetivas e as euclidianas, que são construídas quase que simultaneamente. Assim, as primeiras relações que a criança representa graficamente, são as de vizinhança, separação, ordem, entorno e continuidade; muito cedo, ela distingue figuras fechadas e abertas, diferencia interior e exterior de uma figura dada - noções topológicas. As chamadas relações projetivas são aquelas que vão permitir à criança, a constituição de uma Geometria do espaço exterior e não mais a partir de um único ponto de referência - ela própria - mas a partir da coordenação de diferentes pontos de vista; desse modo, noções como por exemplo, na frente/ atrás, à direita/ à esquerda, deixam de ser absolutas e passam a ser relativas (na frente/ atrás de que quem? à direita/ à esquerda de que/ quem?). As relações métricas surgem por último e implicam o uso de operações tais como: a partição de um todo em partes, para construir uma unidade de medida, o deslocamento para aplicar essa unidade de medida em forma reiterada, cobrindo toda a extensão do objeto das operações intelectuais, via a internalização das ações.
Com as atividades que apliquei com minha turma multiseriada de alunos, pude constatar o quanto são diferentes as concepções que algumas crianças têm sobre espaço e forma, penso que seja porque têm desde de muito cedo, aprendizagens descontextualizadas, ou seja são atividades que não fazem sentido para a criança, muito abstratas, para quem ainda está na fase das operações concretas.

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