A partir de alguns projetos colocados em prática, percebo algumas mudanças significativas na postura de meus alunos e até mesmo na minha.
A visitação na casa das famílias estão me mostrando uma face da educação que não conseguimos perceber dentro da sala de aula ou mesmo nos espaços escolares. Os pais quando chamados na escola já vêem preparados, ou é para reclamar do comportamento e rendimento do filho ou então é para entregar avaliações, onde se perde mais tempo esperando na fila para falar com a professora, que na maioria das vezes, tem 2 turmas a atender e um monte de coisas a falar.
Ao chegar na casa das famílias fui recebida com surpresa, pois os pais não estão acostumados e tal situação. Quando percebiam que a minha intensão não era fiscalizar e nem criticar, as pessoas se tornavam bem receptivas procurando demonstrar boa vontade em me ajudar. O que mais me surpreendeu não foi a pobreza em que vivem algumas das famílias de meus alunos, mas sim, a falta de perspectiva, a visão limitada de mundo, de educação e valores. As pessoas que visitei parecem ter perdido a vontade de sonhar, se acomodaram naquele “mundinho de pobreza”, que esquecem dos filhos, de investirem e buscarem um futuro melhor para os filhos. A maioria justificava que não pode ajudar os filhos na aprendizagem porque não sabem ou não têm tempo. Ora, realmente muitas das famílias em que visitei são semianalfabetos ou até analfabetos, no entanto expliquei que eles podem ajudar seus filhos incentivando-os a não faltarem na escola, (alguns faltam para ir no centro com algum familiar), a olhar e estimular as crianças a realizarem as atividades escolares com capricho, a manterem a ordem e a higiene com seus pertences e até mesmo seu corpo. Para isso temos que tirar tempo para olhar meio que diariamente os cadernos dos filhos, se não estiverem completo procurar entrar em contato com a professora para saber o que está havendo.
Estou notando que meus alunos estão bem mais motivados e animados, a autoestima está melhorando, já que este é um fator preocupante para mim. Com essas vivências aprendi que as vezes precisamos ter ações voltadas para o macro e que não bastam somente tentarmos através de técnicas de salas de aula, claro que ajudam, mas na maioria das vezes, não surte o efeito desejado. Também contatei que algumas famílias possuem recursos materiais e financeiros, no entanto não valorizam qualidade de vida, educação e a busca por um futuro melhor para seus filhos.
Acredito que a própria escola deveria focar mais o olhar em direção a ações que focalizem a parceria dos pais na participação do processo escolar dos filhos. Sabemos que muitas escolas tem esse tipo de metas na filosofia da escola, no entanto, na maioria das vezes, não saem do papel.
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Um comentário:
Oi Elci, realmente, essa parceria é muito importante e ela não ocorre, muitas vezes, por esse afastamento que se produz. Abraços!!
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